Antes da formação da Espanha como nação no século XIV, diversos povos habitaram a Península Ibérica, construindo nesse lugar reinados e deixando às gerações subsequentes heranças culturais, sociais e inclusive linguísticas.
Do que se sabe, os primeiros povos a se estabelecerem nessas terras foram os iberos (séc. VI a.C.), que viveram mais precisamente no sul da Catalunha à Costa Mediterrânea. Certamente o nome da península tem sua origem destes. Há discussões de que os Bascos, que viveram e vivem até hoje em uma determinada região ao norte da Espanha, podem ter sua descendência linguística (o Euskera) dos Iberos (PHARIES, 2007, p. 31).
Povos pré-romanos que
habitaram a península ibérica
Fonte:
http://josmaelbardourblogspotcom.blogspot.com/2010_08_29_archive.html
Ao noroeste da península – na
atual Galícia e em Portugal – habitavam os Celtas, que mais tarde se expandiram
para as regiões de Navarra e Aragão. Muitas palavras são provenientes dos
celtas: vasallus > vasallo, carrus
> carro, Conimbriga > Coimbra (LAPESA, 1981, p. 50).
A
incorporação da Península Ibérica ao mundo romano deu-se a partir da Segunda
Guerra Púnica, quando, em 218
a .C., desembarcaram em Emporion (Ampúrias) as legiões de Conérlio Cipião, vitorioso em 206 a .C. ao expulsar os
cartagineses de Gades (Cádiz). Segundo Lapesa (1981, p. 63),
a Segunda Guerra Púnica decidiu os destinos da Hispania, até então dividida entre as influências oriental,
helênica, celta e africana. A colonização definitiva da Hispania deu-se sob imperium
de Augusto, em 19 a .C,
que submeteu os cântabros e astúrios.
À
Península Ibérica, chegaram colonos, soldados, comerciantes de todo tipo,
funcionários da administração, arrendatários e inclusive gente da baixa camada
social, o que evidentemente condicionou o latim falado nesta nova província
romana. A Romanização da Península foi lenta, mas tão intensa que fez
desaparecer as línguas autóctones, a exceção do basco.
Ilari
(2008, p. 29) acredita que os romanos não impuseram o Latim aos povos
conquistados, mas estes foram paulatinamente adotando-o, pois era o idioma para
as relações comerciais e de comunicação com Roma. Daí há a interpretação de que
surgiram variedades do Latim, em que cada região adquiriu dialetos nesta
língua, e que mais tarde se tornaram as línguas românicas.
A Romanização da Península Ibérica possui grande
relevância histórica, uma vez que anexou a Península Ibérica a um amplo
contexto social, cultural, administrativo e linguístico dirigido pela política
de expansão dos antigos romanos. A romanização foi um processo pelo qual o
Império Romano foi conquistando, submetendo e integrando ao seu sistema
político, linguístico e social todos os povos e territórios que foi encontrando
ao longo dos ideais expansionistas.
Ilari,
Rodolfo. Linguística Românica. 3ª edição. São Paulo: Ática, 2008. Série Fundamentos.
Lapesa, Rafael. Historia de la lengua española. 9ª
edición. Madrid: Editorial Gredos, 1981.
Pharies, David. Brief History
of the Spanish Language, Second Edition. Chicago:
The University of Chicago Press, 2007.
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