A língua romena singulariza-se em vários aspectos face às demais línguas românicas, mas sem perder seu caráter latino. A história do romeno tem inicio com a colonização da região da Dácia pelo imperador romano Trajano, no século II d. C. Os historiadores assinalam que a região fez parte do império romano por apenas 164 anos, de 107 a 271 d. C., até a invasão dos povos bárbaros – godos e hunos, avaros e eslavos. Por outro lado, nesse pouco período de tempo, a Dácia romanizou-se, adotando a variedade do latim vulgar trazido pelos colonos romanos.

Do que se sabe sobre a
primeira gramática romena, tem-se a ‘Gramatica Româneasca’, escrita por Dimitrie
Eustatievici em 1757. Quanto à ortografia, os primeiros textos em romeno
encontram-se em alfabeto cirílico. O alfabeto latino é adotado somente em
meados do século XIX, quando a Romênia se constitui politicamente.
Algumas características
linguísticas do romeno lembram bastante a origem latina. Na morfologia, por
exemplo, destaca-se o morfema de marcação de plural -i para o masculino (filii
> fii, herança latina do
nominativo plural da 2ª declinação). Na morfossintaxe, permanece no romeno a terminação
para indicação do genitivo, que indica a função de adjunto adnominal restritivo
(aquae > apei). No campo léxico-semântico, permanece em alguns lexemas o mesmo
significado latino, o que não ocorre em outras línguas românicas: părinţii (sign.
pais).
Referências
Bassetto,
Bruno Fregni. O Romeno no contexto românico. Organon, Porto Alegre, 2008, pp. 39-52.
Ilari, Rodolfo.
Linguística Românica. 3ª edição. Série Fundamentos. São Paulo: Ática, 2008.
Faraco, Carlos
Alberto. Herança Romana. Disponível em http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2011/281/heranca-romana
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